terça-feira, 11 de janeiro de 2011

vais agora caminhar pelo mundo...

«(…) Queria ir ao encontro do gerente, que, em pose ridícula, estava já no patamar da escada, agarrado com ambas as mãos ao corrimão. Mas, ao tentar encontrar um apoio, caiu imediatamente, com um pequeno grito, sobre as muitas patas. Mal isto aconteceu, sentiu, pela primeira vez nesta manhã, uma sensação de bem-estar físico: as perninhas estavam bem assentes no chão, obedeciam perfeitamente, como ele, para sua alegria, pôde constatar. Até sentia como elas estavam dispostas a levá-lo aonde quisesse ir, e convenceu-se de que a cura definitiva de todos os seus males estava próxima. (…)»

(“A Metamorfose”, Franz Kafka)

“(…) Até sentia como elas estavam dispostas a levá-lo aonde quisesse ir (…)”  
Vais agora caminhar pelo mundo… Por onde andas e o que encontras?















Chagal

6 comentários:

  1. AMARGURA

    o teu fado é uma alternativa desigual de ti mesmo.
    segues uma estrada de três sentidos que termina no muro que tu próprio ergueste.
    caíste na desilusão de um romântico não assumido, da ponte sem fundações, da borracha suja, dos sentimentos iludidos.
    ficas selado por uma fita vermelha feita da tua extravagância.
    perfuras as nuvens frias e invisíveis numa ceguez muda que não consegues curar.
    adoeces na tua própria loucura, nadando num abismo de memórias a preto e branco.
    ultrapassas a realidade limitando-te então ao vazio.


    Margarida Carvalho nº15 10ºC

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  2. Eu ando no vazio, onde passo por muitas coisas, mas nem sei por onde ando.
    Talvez ande pela segurança, mas na qual eu me fecho e transmite que estou e sou insegura.
    Essa insegurança transmite medo, mas o caminho da segurança é a luta do sofrimento que o caminho do vazio me fez.

    Inês Ladeira nº12 10ºB

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  3. Eu ando pelo mundo, bem quer dizer, uma fracção dele. Mas essa fracção do mundo conta mais
    do que o mundo inteiro. Lá encontro crueldade, pobreza, degradação, ruinas e dicriminação não é uma fantasia, às vezes gostava que fosse, mas não, é a realidade cruel.

    João Fortuna nº16 10ºB

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Ando no maio da confusão, no meio do escuro, sem ver nada, à procura de uma luz, de um caminho para sair dela.

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  6. Ando pelas passadas do tempo, para a frente e para trás. Pelo caminho encontro o presente e quero ficar presa ao tempo para estar no presente sempre. O presente é perfeito, penso eu, é a Utupia perfeita. O tempo mantém-me refém no seu reino e venda-me o olhos. O tempo avança mas eu não o noto a passar; estou eternamente adormecida no presente, adormecida na verdade.

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